jrk.
Senhor,
Se um dia eu estiver "cheio da vida", com vontade de sumir, de morrer, insatisfeito comigo e com o mundo em torno de mim;
pergunta-me se eu quero trocar a luz pelas trevas;
pergunta-me se eu quero trocar a mesa posta pelos restos que tantos vêm buscar no lixo;
se quero trocar meus pés por uma cadeira de rodas;
se quero trocar minha voz pela linguagem dos gestos;
se quero trocar o mundo dos sons pelo silêncio dos que nada ouvem;
se quero trocar o jornal que leio e jogo no lixo pela miséria dos que vão buscá-lo para fazer dele o cobertor;
se quero trocar minha saúde pelas enfermidades de tanta gente.
Pergunta-me até quando não reconhecerei tuas bênçãos, a fim de fazer de minha vida um hino de louvor e gratidão e dizer todos os das, do fundo do meu coração:
Obrigado, Senhor, por mais um dia.
(mensagem recebida pela internet sem citação do autor)
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27.1.08
12.1.08
POR QUE É DIFÍCIL A VIDA EM FAMÍLIA?
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Existirá alguma família que não tenha problemas de entendimento e relacionamento? Alguma família no mundo terá vivido mais de uma geração sem passar por conflitos internos, desarmonia entre seus membros, crises e sofrimento? Família sempre é sinônimo de problema?
Explicar com coerência as forças e os motivos que determinam os eternos conflitos que perseguem grande parte das familias em todos os tempos e lugares tem sido um desafio para a psicologia, a filosofia, os escritores, as artes, os estudiosos e para a sociedade de modo geral.
Mas, apesar da complexidade inerente ao assunto, muito se avançou nos esforços para entender tais enigmas. A idéia da reencarnação, por exemplo, tem-se apresentado como uma visão estruturada.
Essa visão aparece de forma didática, leve, concisa, poética, bem-humorada e, ao mesmo tempo, surpreendentemente profunda, no poema de Cornélio Pires, extraído de Retratos da Vida e reproduzido abaixo.
Antes, porém, este Blog considera prudente fazer uma observação que desvincule esta matéria de propósitos doutrinários. Se em outros momentos da história o tema reencarnação foi estigmatizado, talvez polêmico, próprio dos domínios da crença doutrinária, hoje venceu velhas barreiras para colocar-se de modo mais visível e isento nas pesquisas, no cinema, na literatura e em outros campos do conhecimento humano, além de estar presente, obviamente, no centro de algumas crenças de diferentes origens e orientações. Eis o poema:
Você nos pede por carta,
Meu prezado amigo João,
Que a gente escreva no tema:
Família e reencarnação.
Assunto vasto, meu caro,
Tão vasto que já nem sei
Andar nesse labirinto
Mesmo andando à luz da lei.
O lar parece uma empresa
De lucro certo e bem-vindo,
Surge na Terra em dois sócios,
Depois a casa vai indo...
O casal primeiramente
Celebra doces afetos,
Em seguida, ganha filhos
E os filhos arranjam netos.
Logo após é um grupo grande
Ao qual, de forma concisa,
A gente volta em criança
Procurando o que precisa.
A luta chega... Entretanto,
O progresso vale a pena.
É isso aí... Cada berço
Pões a vida em nova cena.
O mundo lembra um teatro,
Cuja função nunca cessa,
Toda casa lembra um palco,
Cada família é uma peça.
O espetáculo é de todos,
A prova é parte comum,
Mas proveito e aprendizado
São coisas de cada um...
Antes do berço rogamos
A luta que nos apraz,
Depois, muito comumente,
Buscamos voltar atrás.
Requisitamos em prece
Inimigos por parentes
E ao revê-los, ombro a ombro,
Reclamamos descontentes.
Às vezes, a filha ingrata
É aquela jovem sofrida
Que abandonamos à rua
Nos prazeres de outra vida.
Filho criando problema,
Tristeza, mágoa, perigo:
Adversário de outrora
Cobrando débito antigo.
Noras cruéis, genros brutos,
Pai tirânico e violento,
São contas do crediário
Resgatado a sofrimento...
Rusgas, brigas e desgostos
Espinheirais do passado,
Pagamento a prestações
De culpas por atacado...
Nossos erros de outras eras,
Ódio, inveja, tentação,
Retornam pela família
Na lei da reencarnação.
Quem amou, quem deu de si,
Sobe de altura e lugar,
Quem fez sofrer vem sofrer,
Quem bateu vem apanhar.
Quem dos outros fez capacho,
Cria resgate severo,
Quem foge ao próprio dever
Vem de novo á estaca zero.
Parentela é escola santa
Sempre que a vemos daqui,
Cada qual encontra em casa
Aquilo que fez de si.
Ame, perdoe, sirva e ajude
Quanto ao mais, meu caro irmão
Se você sofre em família,
Não reclame, agüente, João.
(Cornélio Pires - Retratos da Vida)
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Existirá alguma família que não tenha problemas de entendimento e relacionamento? Alguma família no mundo terá vivido mais de uma geração sem passar por conflitos internos, desarmonia entre seus membros, crises e sofrimento? Família sempre é sinônimo de problema?
Explicar com coerência as forças e os motivos que determinam os eternos conflitos que perseguem grande parte das familias em todos os tempos e lugares tem sido um desafio para a psicologia, a filosofia, os escritores, as artes, os estudiosos e para a sociedade de modo geral.
Mas, apesar da complexidade inerente ao assunto, muito se avançou nos esforços para entender tais enigmas. A idéia da reencarnação, por exemplo, tem-se apresentado como uma visão estruturada.
Essa visão aparece de forma didática, leve, concisa, poética, bem-humorada e, ao mesmo tempo, surpreendentemente profunda, no poema de Cornélio Pires, extraído de Retratos da Vida e reproduzido abaixo.
Antes, porém, este Blog considera prudente fazer uma observação que desvincule esta matéria de propósitos doutrinários. Se em outros momentos da história o tema reencarnação foi estigmatizado, talvez polêmico, próprio dos domínios da crença doutrinária, hoje venceu velhas barreiras para colocar-se de modo mais visível e isento nas pesquisas, no cinema, na literatura e em outros campos do conhecimento humano, além de estar presente, obviamente, no centro de algumas crenças de diferentes origens e orientações. Eis o poema:
Você nos pede por carta,
Meu prezado amigo João,
Que a gente escreva no tema:
Família e reencarnação.
Assunto vasto, meu caro,
Tão vasto que já nem sei
Andar nesse labirinto
Mesmo andando à luz da lei.
O lar parece uma empresa
De lucro certo e bem-vindo,
Surge na Terra em dois sócios,
Depois a casa vai indo...
O casal primeiramente
Celebra doces afetos,
Em seguida, ganha filhos
E os filhos arranjam netos.
Logo após é um grupo grande
Ao qual, de forma concisa,
A gente volta em criança
Procurando o que precisa.
A luta chega... Entretanto,
O progresso vale a pena.
É isso aí... Cada berço
Pões a vida em nova cena.
O mundo lembra um teatro,
Cuja função nunca cessa,
Toda casa lembra um palco,
Cada família é uma peça.
O espetáculo é de todos,
A prova é parte comum,
Mas proveito e aprendizado
São coisas de cada um...
Antes do berço rogamos
A luta que nos apraz,
Depois, muito comumente,
Buscamos voltar atrás.
Requisitamos em prece
Inimigos por parentes
E ao revê-los, ombro a ombro,
Reclamamos descontentes.
Às vezes, a filha ingrata
É aquela jovem sofrida
Que abandonamos à rua
Nos prazeres de outra vida.
Filho criando problema,
Tristeza, mágoa, perigo:
Adversário de outrora
Cobrando débito antigo.
Noras cruéis, genros brutos,
Pai tirânico e violento,
São contas do crediário
Resgatado a sofrimento...
Rusgas, brigas e desgostos
Espinheirais do passado,
Pagamento a prestações
De culpas por atacado...
Nossos erros de outras eras,
Ódio, inveja, tentação,
Retornam pela família
Na lei da reencarnação.
Quem amou, quem deu de si,
Sobe de altura e lugar,
Quem fez sofrer vem sofrer,
Quem bateu vem apanhar.
Quem dos outros fez capacho,
Cria resgate severo,
Quem foge ao próprio dever
Vem de novo á estaca zero.
Parentela é escola santa
Sempre que a vemos daqui,
Cada qual encontra em casa
Aquilo que fez de si.
Ame, perdoe, sirva e ajude
Quanto ao mais, meu caro irmão
Se você sofre em família,
Não reclame, agüente, João.
(Cornélio Pires - Retratos da Vida)
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